Dicas para poupar em viagem

Como todos sabemos, a questão do orçamento é importante e por vezes até problemática para os que gostam de viajar. É preciso cortar noutras coisas, fazer mealheiros entre outros truques e dedicar parte do orçamento a este modo de vida.
De viagem em viagem vão-se adquirindo alguns hábitos de gestão do orçamento, que permitem fugir a desperdícios e investir mais no que vale realmente a pena, mais que não seja ao critério de cada um.
Deixo-vos alguns exemplos que vos podem ajudar a reduzir o vosso orçamento de viagem:

  • Opte por voos baratos, sejam eles de companhia low cost ou não. 
  • Não adicione bagagem de porão. Se a tarifa de voo que quer comprar não inclui bagagem de porão, não pague esse extra para levar tralha desnecessária. Organize-se com a ajuda deste artigo.
  • Evite transferes para hotel ou centro da cidade. Para ir do aeroporto ao centro da cidade e vice versa, só utilize transferes se estes saírem mais baratos que o transporte público. É raro mas já me aconteceu uma vez em Londres, dado que éramos um grupo de 8 pessoas e o valor total do transfere era mais barato do que se tivéssemos bilhete de comboio+bilhete de metro para chegar ao alojamento. Contudo e regra geral os transportes públicos são a forma mais económica de ir até ao local de estadia.
  • Cuidado com as condições do rent a car. Se efetivamente tiver de alugar um carro (no caso de estar de férias numa ilha, por exemplo), atenção em primeiro lugar aos valores praticados pelas várias empresas de rent a car on-line (é sempre preferível reservar on-line do que optar por fazê-lo só no balcão quando chegar, dado que é muito mais barato). Analise as várias opções e, em especial, as condições. Há empresas a cobrarem depósitos cheios em avanço, o que significa que o cliente paga pelo depósito cheio e muito provavelmente vai não gastá-lo todo, ficando o rent a car com esse "avanço" de combustível. Ora isto é o que eu chamo de vigarice. Muito cuidado com este tipo de "condição", caros leitores.
  • Opte por alojamento barato, que contenha o essencial e com boa higiene. Não é preciso ficar no Hilton para passar o dia fora a conhecer um local. Na maioria das vezes o alojamento de viagem serve apenas para dormir, como tal convém refletir se para esta função vale a pena investir valores significativos. Se viaja com crianças ou com um grupo maior, pode sair-lhe mais barato optar por um aparthotel e cozinhar um jantar caseiro ou semi-caseiro utilizando a cozinha do mesmo.
  • Use e abuse do supermercado. Se o pequeno almoço do hotel não tem um valor razoável ou se o orçamento é mesmo curto, então o melhor é recorrer ao supermercado mais próximo e comprar bens essenciais (leite, sumo, pão, queijo, fruta, croissants, bolachas, ...) e não perecíveis (em especial se o quarto não tiver mini-bar) para tratar do pequeno almoço e de um lanche/almoço piquenique para levar na mochila. Parecendo que não, são mais umas refeições que se poupam. Compre sempre a água no supermercado. Em qualquer café/bar que encontrar vai sempre comprar por um valor pelo menos cinco vezes acima. No caso de usar o supermercado, não se esqueça de levar o seu próprio saco, para não ter de comprar. No caso do hotel ter pequeno almoço incluído na tarifa ou optar por pagar esse valor à parte, faça um "farnelzinho" para comer umas horas mais tarde, mais que não seja uma sandes. Já se poupa alguma coisa.
  • Evite refeições no aeroporto e a bordo. Aviões e aeroportos são locais onde se compram refeições a preço inflacionado. Nesse sentido, pode prevenir esse tipo de gasto levando a sua refeição para comer no terminal ou a bordo, composta por exemplo por sandes, fatias de quiche ou pizza, salgados como empadas, rissóis e outros, tudo isto embrulhado num em papel de alumínio, pois depois de terminada a refeição não ocupará espaço algum na mala. Se tem espaço para um tupperware, pode optar por levar uma salada, que é sempre mais saudável. Garfos e facas de plástico não costumam constituir problema na segurança aeroportuária. Termine a refeição com uma peça de fruta, que é sempre saudável. Se estiver a partir de casa ser-lhe-à fácil optar por uma destas soluções. Se não estiver, pode recorrer ao supermercado que muitas vezes tem soluções prontas a levar como baguetes, saladas, wraps e afins.
  • Use os transportes públicos e fuja do conceito de autocarros sightseeing. Normalmente os transportes públicos são a opção mais barata, depois de andar a pé é claro. Por vezes há passes de transportes públicos para determinado número de dias, bilhetes de 10 viagens, cartões recarregáveis com determinado montante, enfim... depende do sistema de transportes públicos de cada cidade e nesse sentido vale a pena dedicar um pouco de tempo ao planeamento da viagem e fazer as contas para perceber qual a forma mais vantajosa de circular pelo destino em questão. Há quem defenda que em determinadas cidades não vale a pena utilizar transportes públicos (Roma, Amesterdão, Madrid, etc.), mas eu pessoalmente discordo. Em viagem caminha-se bastante, inclusivamente dentro de atrações como museus e monumentos. O mais provável é ao fim do dia existirem dores e bolhas nos pés, costas e pernas cansadas. Se pudermos pouparmo-nos um bocadinho e utilizar os transportes públicos em vez de recorrer a outra caminhada, em especial quando chove, não ficamos certamente mais pobres por isso. Em resumo, analisar os percursos e fazer as contas ao melhor método é fundamental. Relativamente a autocarros de sightseeing, que são geralmente carotes, também não sou apologista não só pela questão do preço, mas porque nesse tipo de circuito fica-se com uma visão muito mais turística e muito menos autêntica do local. Eu gosto mais de ir no metro tipo sardinha enlatada, ou de elétrico a ver as velhotas lá do sítio com o saquinho das compras que trouxeram do mercado ou de autocarro mesmo sem lugar sentada e cair para cima dos "vizinhos" do lado cada vez que aparece uma curva. São gostos. Obviamente que quem gostar de sightseeing ou não se sente muito à vontade em circular por um local que não conhece de transportes públicos, pode e deve continuar a utilizar este meio para conhecer a cidade em questão.
  • Poupe nas entradas. Pesquise um pouco para fazer o levantamento dos custos de entradas dos locais que quer visitar. Compare essa possível "fatura" com o preço cobrado com o cartão da cidade (exemplos: Roma Pass, I Amsterdam City Card, Berlin Welcome Card ...). Esses cartão não são iguais em todo o lado. Há uns que incluem o transporte público na cidade, outros não, uns dão acesso gratuito a uma boa parte dos monumentos, outros são só desconto em algumas entradas. Já li alguns comentários em redes sociais que diziam que esses cartões não servem para nada, que não vale a pena. etc. Eu não concordo nem discordo totalmente. Já tive casos em que foram muito úteis e compensatórios como nas cidades de Berlim e de Roma, por exemplo, e noutras cidades como Praga ou Budapeste que não me compensavam porque eu ia estar mais dias (5 a 7) do que os cartões têm normalmente de validade (3 dias ou 72h). O meu conselho é que gastem tempo a comparar e a fazer contas. Dá trabalho, mas pode poupar-se dinheiro útil para outras coisas. Outro truque é consultar os sites de monumentos/museus/atrações que quer visitar e ver se não há nenhum dia/horário de entrada gratuita e se esse dia/horário não coincide com algum dos dias em que está por lá. Já me aconteceu por diversas vezes e já poupei um bom dinheiro com isso em diversos destinos.
  • Não compre o primeiro souvenir que encontrar. Se gosta de trazer umas traquitanas para casa como recordação da viagem que fez, não compre na primeira loja que encontrar. À medida que vai fazendo as visitas vá comparando os preços de artigos iguais ou semelhantes e perto do final da viagem volte ao local onde encontrou o melhor preço. Opte preferencialmente por artigos pequenos e mais baratos, fáceis de arrumar na bagagem de mão (ímanes, miniaturas, lápis, canetas, etc), até porque muitas vezes não se leva bagagem de porão, em especial a viajar por linhas aéreas low cost.
  • Peça mapas gratuitos nos postos de turismo. Quando chegar ao aeroporto ou ao centro da cidade, procure um posto de turismo e peça mapas gratuitos da cidade para não ter de comprá-los nas lojas de souvenirs. Muitas das vezes os hotéis também têm, como tal pode também pedi-los no check in. Aproveite para esclarecer algumas dúvidas ou pedir informações se necessário. Os locais costumam saber onde é que há bons restaurantes e em conta. Podem sempre dar-lhe melhores sugestões do que os guias de viagem.
  • Leve acessórios de casa. Evite comprar acessórios, durante a viagem, como adaptadores de tomada, carregadores de telemóvel, escovas de dentes, chapéus de chuva, cartões de memória, entre outros. Se fizer antecipadamente a lista em casa, não vai esquecer-se de nada e evita ter custos acrescidos no destino.
  • Faça as contas aos câmbios. Se vai viajar para um país fora do Euro, pesquise sobre a forma mais económica de trocar dinheiro, ou se ser menos "roubado" na troca. Vai perder sempre, isso é certo. Mas se poder perder menos, melhor. Ligue para a linha de apoio ao cliente do seu banco e pergunte pelas taxas aplicáveis ao levantamento de dinheiro fora da zona euro e de pagamento com cartões (costumam ser taxas de valores diferentes). São variáveis de banco para banco. Cá em casa já tivemos essa experiência dado que o banco do marido cobra mais do que o meu. Demo-nos conta disso na China com levantamento da mesma importância com cada um dos cartões. Também pode trocar dinheiro nas casas de câmbio. Compare valores porque nos aeroportos e nos sítios centrais da cidade costumam ter-se taxas menos vantajosas. Não troque valores demasiado pequenos, porque há sempre uma parte da taxa que nunca é mais baixa que x valor. Também pode comprar moeda num banco local se não precisar de moeda local a partir do aeroporto. Foi o que me aconteceu em Praga. Como utilizei transfere dado que a essa hora já não havia metro, no dia seguinte fui ao banco mais próximo do hotel e comprei coroas checas. 
Poupe em cada viagem e viaje mais!

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