Devo reconhecer que o meu fascínio pelas viagens foi em muito adquirido na infância e adolescência, quer via televisão, revistas, aulas, etc.
Lembro-me de estar a ver os clássicos Jogos Sem Fronteiras e querer conhecer todos os países representados. Lembro-me, ainda, daqueles pequenos vídeos que apareciam ao longo da emissão do programa e, que mostravam imagens das cidades de onde as equipas eram oriundas. Tudo isto muito antes da Internet...
Pois bem, foi assim que ouvi falar de Malta e prometi a mim própria em tenra idade que havia de lá ir. E fui. Quando se é casada com uma pessoa que também cresceu a criar este desejo de descoberta, é quase impossível resistir à visita destes destinos e,como tal, lá fomos para Malta aproveitar o bom tempo de setembro e, simultaneamente, fazer desta pequena ilha do Mediterrâneo o lugar para comemorar os 2 anos de enlace matrimonial.
Malta é pequena e gloriosa. Quente e irresistível. Apesar de desconhecermos, foi cenário de filmes e séries tais como o filme do
Popeye (1980) ou a aparentemente eterna
Guerra dos Tronos. Neste artigo vou deixar dicas de alguns pontos a não deixar de fora numa visita à ilha. Seria, contudo, absolutamente injusto não agradecer ao blog
Diário das Viagens que em muito inspirou esta viagem e à qual forneceu dicas preciosas.
Densamente povoada, é um dos mais pequenos países da Europa, estrategicamente localizada, tendo sido palco de uma história rica que incluiu fenícios, árabes, romanos, normandos, otomanos e tantos outros povos que deixaram a sua marca na História deste pequeno pedaço de Terra do meio do Mediterrâneo. Portugal não foi exceção, dado que António Manuel de Vilhena, 66º Grão Mestre Soberano da Ordem dos Hospitalários, governou a ilha de Malta durante 14 anos. No decorrer desse tempo o Grão Mestre deu espaço à cultura com a construção do Teatru Manoel, ainda em funcionamento na capital La Valletta e, que se evidencia como o maior testemunho português em terras maltesas.
Malta é, também, um país profundamente católico, tendo sido o divórcio legalizado apenas há pouco mais de 5 anos, em 2011. A origem da expansão do cristianismo nesta área a muito se deve ao facto do apóstolo Paulo aqui ter naufragado e, consequentemente, expandido a fé cristã. Não é de admirar a quantidade de igrejas por metro quadrado (a cada esquina se encontra uma cúpula) e a riqueza visível nos acabamentos.
Em Malta fala-se oficialmente maltês, que foneticamente lembra o árabe, e também inglês, pelo que a comunicação se torna muito fácil para quem domina a língua. A moeda oficial é o Euro, pelo que as transações são cómodas e práticas para a maioria dos europeus que não precisam trocar moeda.
Para circular pela ilha pode recorrer-se ao aluguer de uma viatura, pelo que o condutor deverá ter em conta que a condução é feita pela mão oposta, ou seja, à inglesa. Como nenhum dos membros deste casal gostou da ideia, a opção de transporte recaiu sobre o autocarro público, que apesar de andar sempre à pinha e nalgumas rotas ter uma frequência de passagem claramente insuficiente, serviu para explorar as áreas territoriais das ilhas de Malta e Gozo. Esta é, também, a forma mais barata de circular pela ilha.
Ficámos alojados na localidade de Buggiba que basicamente é uma península cheia de hotéis e sem grandes atrativos além dos normais em regiões povoadas de hotéis - muito comércio, restauração e praia sem areia. Buggiba é, contudo, um ponto estratégico para a visita aos vários pontos de interesse da ilha pelas linhas de autocarro que servem a localidade.
Malta - A não perder:
La Valletta - A capital e o coração da ilha. Aqui há muito comércio, sempre muita gente e muita vida. Imperdíveis são as visitas ao Teatru Manuel e à Co-Catedral de S. João. É aconselhável explorar a cidade de forma a aleatória, sem medo de se perder entre as ruas e ruelas que vão surgindo. Uma das panorâmicas mais bonitas será a vista dos Upper Barraka Gardens, de onde se contemplam as três cidades Vittoriosa, Senglea e Cospiscua, respetivamente também conhecidas por Birgu L-Isla e Bormla. Outras experiências até ou partir de La Valletta são as travessias de ferry boat que ligam a cidade a Sliema e às Três Cidades. Fizemos as duas rotas e valem indubitavelmente a pena.
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No ferry de Sliema para La Valletta |
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Teatru Manoel |
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Teatru Manoel |
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Teatru Manoel |
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Teatru Manoel |
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Teatru Manoel |
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Teatru Manoel |
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Co-Catedral de S. João |
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Co-Catedral de S. João |
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Co-Catedral de S. João |
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Upper Barakka Gardens |
As Três Cidades - Vittoriosa (Birgu), Senglea (L-Isla) e Cospiscua (Bormla) - Tão próximas que nem nos apercebemos onde começam e acabam cada uma, as Três Cidades a nível de interesse resumem-se mais a duas, dado que Cospiscua não tem grande destaque. Explorar a área a pé e almoçar na marina mesmo junto ao Forte de S. Miguel são experiências a não perder.
Mosta - Parece que aqui houve milagre. No decorrer da 2ª guerra mundial foi lançada uma bomba que entrou na nave da igreja através da cúpula. A bomba caiu no chão, mas não rebentou. Assim se difundiu a ideia do milagre de Mosta.
Rabat e Mdina - Localidades limítrofes, à semelhança das três cidades quase não damos pelo passo que nos faz mudar de terra. Mdina está dentro das muralhas e revela uma população seleta e abastada. Mais uma vez, explorar a pé a localidade é um passeio obrigatório, bem como a visita à sua catedral. Rabat está mesmo à "porta" de Mdina e o melhor a fazer quando a fome apertar e andar uns passos além do parque de estacionamento quando se sai de uma localidade para a outra e provar os melhores pastizzi do arquipélago que estão numa tasca com mau aspeto chamada "Crystal Palace". Cristal propriamente dito não há por lá, mas vale a pena provar os vários pastizzi cujo preço parte dos 0.30€/unidade. Com o estômago cheio já dá para prosseguir até ao complexo que integra as Catacumbas e Gruta de S. Paulo, os abrigos da II Guerra Mundial e o Museu Wignacourt. Tudo isto incluído num bilhete de 5€.
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Fosso da Muralha - Mdina |
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Museu de História Natural - Mdina |
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Catedral de Mdina |
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Catedral de Mdina |
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Catedral de Mdina |
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Catedral de Mdina |
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Mdina |
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Mdina |
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Portão da localidade - Mdina |
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Crystal Palace |
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Pastizzi - Crystal Palace |
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Abrigo II Guerra Mundial |
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Catacumbas |
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Catacumbas |
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Catacumbas |
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Gruta S. Paulo |
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Museu Wignacourt |
Comino/Blue Lagoon - Não se pode pensar e Malta sem associar o arquipélago às águas translúcidas do mediterrâneo que fazem sonhar muitos banhistas. A Blue Lagoon na ilha de Comino é uma das imagens de marca do arquipélago e atraem inúmeros locais e turistas. Infelizmente a exploração massiva do espaço está a poluir a água do mar com combustível e lixo e também a superfície terrestre. O sol que se faz sentir durante o verão é abrasador, pelo que quem não quiser sair do local com aspeto de urgência dermatológica o melhor a fazer será mesmo alugar um chapéu e uma cadeira a preço de luxo.
Hagar Qim & Mnadra Temples - Visita inevitável no sul da ilha para os amantes de arqueologia, estima-se que a construção destes templos megalíticos remontem ao período entre 3700 e 3200 a.c.. Fazem parte do grupo de ruínas pré-históricas mais antigas do mundo.
Mellieha - Nesta bonita localidade têm-se algumas das melhores vistas do arquipélago, a partir das colinas existentes. Tentámos por várias vezes visitar a paróquia local, mas esteve sempre fechada nas várias tentativas. Descendo as colinas e chegando a Mellieha Bay encontra-se a praia com maior areal de todo o arquipélago, que é coisa rara, e alguma oferta hoteleira.
Além das visitas mencionadas e que a meu ver merecem uma visita, visitámos o parque temático Popeye Village, que nasceu dos cenários do filme, mas cuja visita não acrescenta grande coisa aos visitantes que não querem simplesmente uma espreguiçadeira à beira mar para ficar a torrar durante o dia.
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Popeye Village |
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Popeye Village |
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